Em 12 de novembro de 1966, a Nasa lançou 14 foguetes da Praia do Cassino, no Sul gaúcho. Cinquenta anos depois, é uma história que pouca gente conhece, mas que quem presenciou, jamais vai esquecer (veja na reportagem).
A missão, batizada de Eclipse, era justamente para estudar o eclipse solar, que criou uma faixa de sombra entre o Peru e o Brasil. Por causa da posição geográfica, o Rio Grande do Sul era o melhor lugar do mundo para se acompanhar o fenômeno e ver o dia virar noite.
Praia do Cassino foi escolhida para sediar amissão (Foto: Reprodução/RBS TV)
Com sua extensa faixa de areia e mar, a Praia do Cassino foi escolhida pela Nasa para ser palco do lançamento dos foguetes. Uma grande estrutura foi montada, com prédios, radares e plataformas.
No espaço, a mais de 10 mil metros de altura, os foguetes coletaram material da atmosfera no momento do eclipse, antes de caírem no oceano.
O material foi enviado para a Nasa, nos Estados Unidos, para ser estudado. Os pesquisadores queriam descobrir qual o efeito da sombra do eclipse nas altas camadas atmosféricas.
“Quando estourou aquela subida, com aquele fogaréu! Parecia que a gente ia ser atingido pelo fogaréu”, lembra o radialista Sérgio Satt, que tinha 32 anos na época. "Vieram não menos o que 300 cientistas e técnicos do exterior", recorda.
Ainda há resquícios da base que foi construída para os lançamentos. o lugar fica bem pertinho da beira da praia, atrás das dunas. O terreno pertence ao Exército brasileiro e atualmente é usado para treinamentos.
“Foi um espetáculo maravilhoso. Milhares de pessoas estavam lá. É uma coisa inesquecível”, diz Satt.
Lançamento dos foguetes está em história emquadrinhos (Foto: Reprodução/RBS TV)
História contada em quadrinhos
O escritor Ivonei Peraça tinha 12 anos quando presenciou o fato. Ele e o filho cartunista resolveram relatar em quadrinhos os momentos marcantes daquele 12 de novembro.
“É uma história com um pouco de imaginação em cima de um fato verídico que eu presenciei”, diz o autor.
“É uma experiência bem bacana poder estar contando a história de Rio Grande através dos quadrinhos, e uma história também que não está na história, é algo que está na memória das pessoas”, comenta Wagner Passos.
